Exposições realizadas

Exposições itinerantes realizadas

Tão logo cheguei a Tóquio, em 2001, interessei-me por uns bonecos que eram vendidos nas feiras de antiguidade da cidade, às vezes ao ar livre. Ningyo significa "forma humana": nin (humano, gente) e gyo (forma). No Japão, esses bonecos têm função mais ampla que a de um simples brinquedo. São uma celebração da infância e o cadinho da esperança dos pais em uma vida harmoniosa e bem-sucedida para seus filhos.

Eles não se prestam para brincar e não fazem parte do universo lúdico infantil. São, antes, fetiches carregados de simbologia. São expostos por cerca de 15 dias, em datas específicas – o Dia das Meninas e o Dia dos Meninos – e depois recolhidos, cuidadosamente guardados em caixas e passados de geração em geração. Às vezes, são descartados para sempre, sobretudo os que não viabilizaram o almejado, pois acredita-se que tenham acumulado energia negativa.

Alguns são ofertados quando se visita um recém-nascido e representam imperadores e imperatrizes, belas jovens, samurais personagens do Nô, entidades benévolas, bebês saudáveis, ou seja, toda uma gama de individualidades que revelam os ideais mais profundos do (in)consciente coletivo japonês.

Os objetos aqui apresentados atravessaram os últimos 200 anos do Japão e mostram um viés pouco explorado, mas extremamente rico, da alma e da cultura japonesas.

O papel tem sido, desde sempre, um dos suportes preferidos pelas civilizações asiáticas. Poucas são as obras mais antigas em outro tipo de suporte – a seda, na China, é um deles. Utilizam-se vários tipos de vegetais para a fabricação do papel. No Japão, a maioria das pastas se faz a partir do washi, composto por fibras de arbustos nativos na região – kozo (Broussonetia papyrifera), gampi e mitsumata (Edgeworthia chrysantha) –, cuja produção continua até hoje, com técnicas milenares.

O washi foi considerado pela Unesco patrimônio cultural imaterial. O papel é suporte natural para os uktyo-e, em tradução literal, "retratos do mundo flutuante". Esse é um gênero de xilogravura que prosperou no Japão entre os séculos XVII e XIX. De início, destinava-se ao consumo pela classe mercante do período Edo (1603-1867), que buscava entretenimento nos teatros de kabuki e na região de Yoshiwara, em Tóquio, onde residiam as gueixas e as cortesãs. O termo ukiyo ("mundo flutuante") descrevia o estilo de vida hedonista daquela época. Mas as xilogravuras destinavam-se também a retratar os heróis e seus feitos, além das guerras em que o império japonês se envolveu no final do século XIX e início do XX.

Fausto Godoy – Doador da Coleção Asiática 

A exposição itinerante “Arte Japonesa na Coleção do MON”, realizada pelo Museu Oscar Niemeyer, leva um recorte da coleção asiática que pertence à instituição ao Memorial da Imigração Japonesa de Assaí, Norte do Estado. O local conta com a presença de imensa comunidade japonesa, diretamente ligada a colonização e história desta cidade.

A mostra apresenta ao público uma parte da coleção dos tradicionais bonecos japoneses Ningyos, além de máscaras, xilogravuras e utensílios, como bandejas e recipientes. No total, a exposição reúne 63 obras de arte que fazem parte do acervo de arte asiática formado por mais de três mil peças, doado ao MON em 2018 pelo embaixador Fausto Godoy. 

Mais uma vez, o Museu Oscar Niemeyer (MON) extrapola os limites de suas paredes, democratizando o acesso a seu acervo e alcançando públicos ainda maiores. Com a exposição “Arte Japonesa na Coleção do MON”, um recorte da coleção asiática, o MON presta uma homenagem à imensa comunidade japonesa de Assaí, que está diretamente ligada à colonização da cidade e que constrói a sua história.

É importante destacar que isso não seria possível sem o olhar especial que o Estado do Paraná, especialmente por meio da Secretaria da Cultura, tem dedicado a esse importante setor, priorizando sempre a descentralização das artes para que esta chegue a todos os públicos. Trata-se de uma gestão atenta e sensível, que acredita no papel transformador da cultura.

O momento é especialmente importante para o MON, que integra hoje o rol dos grandes museus internacionais. O tamanho e a relevância do seu acervo, que quintuplicou nos últimos anos e se tornou mais abrangente, foram fundamentais nessa trajetória, na qual é imensa a importância da coleção de arte asiática, com quase 3 mil obras, doada ao MON pelo diplomata Fausto Godoy.

A mostra apresentada aqui faz parte dessa coleção que, pelo seu tamanho e grandiosidade, constantemente nos surpreende com obras nunca antes expostas. Disputada por outras instituições do Brasil e por colecionadores do exterior, a coleção asiática que pertence ao MON – e aos paranaenses – permite inúmeras leituras e abordagens. 

A principal proposta do MON com a itinerância é facilitar os diálogos entre culturas e territórios por meio da arte. A exposição instiga e demonstra que o conhecimento, múltiplo e transversal, atravessa culturas, territórios e épocas. 

Diretora-presidente do Museu Oscar Niemeyer

Cena da guerra sino-japonesa, 1894-1895
Japão
Xilogravura
50,5 x 90 x 2 cm
Acervo Museu Oscar Niemeyer - Coleção Asiática

Sem título (Shi Shi - Ningyo), Era Meiji (1867-1812)
Madeira, metal, algodão, casca de ovo, cabelo e policromia
14 x 17 x 15,5 cm
Acervo Museu Oscar Niemeyer - Coleção Asiática

Memorial da Imigração Japonesa
Av. Rio de Janeiro, 720 — Assaí/PR
Segunda à sexta das 08h00 às 11h30min  - 13h00 às  17h

MON leva coleção asiática ao norte do Paraná

O Museu Oscar Niemeyer (MON) promove a exposição itinerante “Arte Japonesa na Coleção do MON”, com parte da coleção asiática que pertence à instituição. A inauguração será em 16 de maio, no Memorial da Imigração Japonesa de Assaí, no norte do Estado. O local conta com a presença de uma grande comunidade japonesa, diretamente ligada à colonização e à história dessa cidade.

A mostra apresenta ao público uma parte da coleção dos tradicionais bonecos japoneses Ningyos, além de máscaras, xilogravuras e utensílios, como bandejas e recipientes. No total, a exposição reúne 63 obras de arte, um recorte do acervo de arte asiática formado por mais de três mil peças, doado ao MON em 2018 pelo embaixador Fausto Godoy. 

“O Museu Oscar Niemeyer segue firme na missão de promover um amplo acesso à cultura e descentralização da arte pelo Estado, diretriz fundamental da nossa gestão na Secretaria de Estado da Cultura e Governo do Paraná”, afirma Luciana Casagrande Pereira, secretária de Estado da Cultura. “É uma grande alegria ver o projeto de itinerância da belíssima coleção asiática do MON chegar a Assaí, município que tem massiva presença de descendentes de japoneses, conectando arte, história e identidade cultural", diz.

A diretora-presidente do Museu, Juliana Vosnika, comenta que a grandiosa coleção asiática, que hoje pertence ao MON e ao povo paranaense, foi disputada por outras instituições do Brasil e por colecionadores do exterior.

“Com essa exposição, o Museu Oscar Niemeyer extrapola os limites de suas paredes, democratizando o acesso a seu acervo e alcançando públicos ainda maiores”, afirma. “É importante destacar que isso não seria possível sem o olhar especial que o Estado do Paraná, especialmente por meio da Secretaria da Cultura, tem dedicado a esse importante setor, priorizando sempre a descentralização das artes para que esta chegue a todos os públicos”, diz Juliana. 

Ela comenta ainda que a principal proposta do MON com a itinerância é facilitar os diálogos entre culturas e territórios por meio da arte. “A exposição instiga e demonstra que o conhecimento, múltiplo e transversal, atravessa culturas, territórios e épocas”. 

Tradicionalmente, os Ningyos são presentes auspiciosos para desejar longevidade, saúde e fertilidade aos recém-nascidos. Também são exibidos pelas famílias em datas especiais, e a eles se atribui a missão de proteger e purificar as casas que os recebem.

O significado da palavra Ningyo é “forma humana”: nin (humano, gente) e gyo (forma). “Esses objetos aqui apresentados atravessaram os últimos 200 anos do Japão e mostram um viés pouco explorado, mas extremamente rico, da alma e da cultura japonesas”, comenta o doador da coleção ao MON e curador da exposição, Fausto Godoy.  

A exposição itinerante “Arte Japonesa na Coleção do MON”, realizada pelo Museu Oscar Niemeyer, leva um recorte da coleção asiática que pertence à instituição ao Memorial da Imigração Japonesa de Assaí, Norte do Estado. O local conta com a presença de imensa comunidade japonesa, diretamente ligada a colonização e história desta cidade.

A mostra apresenta ao público uma parte da coleção dos tradicionais bonecos japoneses Ningyos, além de máscaras, xilogravuras e utensílios, como bandejas e recipientes. No total, a exposição reúne 63 obras de arte que fazem parte do acervo de arte asiática formado por mais de três mil peças, doado ao MON em 2018 pelo embaixador Fausto Godoy. 

Exposições itinerantes realizadas

Arte Japonesa na Coleção do MON

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