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A cada nova exposição realizada, o Museu Oscar Niemeyer convida o seu público a se surpreender. Desta vez, o artista mexicano Gabriel de la Mora desafia nosso olhar e percepção com suas pinturas, instalações e esculturas feitas a partir de itens inusitados, descartados. 

Nada em seu intenso e extenso trabalho é óbvio. Isso inclui desde os peculiares materiais que utiliza até os processos de execução, passando pela inspiração. Tudo é resultante de um perspicaz olhar sobre a natureza humana, seus sentimentos e sensações. 

No processo de criação, ele transforma objetos encontrados em matéria-prima para singulares obras de arte, evocando o conceito ready-made. Há sempre uma mensagem abordando a sustentabilidade, a passagem do tempo e o ciclo da vida, traduzida em trabalhos repletos de beleza e movimento.

Ao entrar na sala expositiva, o público se depara não apenas com obras de arte, mas com uma proposta de criar novos sentidos. Ao discutir questões ambientais, universais, ele nos faz perceber as muitas possibilidades que a arte pode assumir. 

O resultado, embora fruto de um processo de pesquisa e estudos, com grande complexidade técnica, não deixa espaço para a previsibilidade e soa como intuitivo. Somos desafiados a perceber algo mais além das obras. E é esse o convite feito por esta exposição.

Juliana Vellozo Almeida Vosnika
Diretora-presidente do Museu Oscar Niemeyer

A exposição “Veemente”, do artista mexicano Gabriel de la Mora, é a mais nova realização do Museu Oscar Niemeyer (MON). A mostra, em cartaz na Sala 1 a partir do dia 8 de maio, tem curadoria de Marcello Dantas. São 77 obras, entre instalações, telas com técnicas mistas e esculturas, a maioria produzida entre 2000 e 2025. 

O conjunto apresenta não só a estética do artista e sua evolução, mas também a diversidade e peculiaridade dos materiais utilizados, que vão além dos suportes e pigmentos tradicionais. No processo de criação, ele transforma objetos encontrados em matéria-prima para singulares obras de arte, evocando o conceito ready-made.

A prática de Gabriel de la Mora envolve uma investigação sobre materiais, explorando os limites físicos e conceituais de um processo de coleta e reconstrução. À primeira vista, suas obras podem parecer abstratas, com caráter escultórico ou até minimalista. No entanto, um olhar mais atento revela que nada é o que parece ser. De la Mora cria superfícies novas e extraordinárias, que desconstroem as fronteiras entre diferentes linguagens artísticas.

Suas obras são compostas por elementos inesperados: fios de cabelo, fragmentos de espelhos, cascas de ovos, solas de sapato, asas de borboleta e outros vestígios da vida cotidiana. Sua técnica denota um processo quase obsessivo, que transforma a matéria-prima em novas formas, padrões e texturas. A repetição contínua do gesto artesanal – ora restaurador, ora destrutivo – revela um método que desafia a experiência visual e sensorial do espectador.

Gabriel de la Mora nasceu no México, em 1968, e surpreendeu o meio artístico ao tratar qualquer material como objeto de interesse e potência criativa. Seu trabalho visa atribuir novos valores simbólicos e estéticos ao banal. Como um colecionador de fragmentos do cotidiano, ele demonstra um fascínio ilimitado pelos resquícios da existência, compondo um quebra-cabeça que nunca existiu.

Essa obsessão com a repetição e a reconstrução é o que define a veemência de sua prática. Em um processo exaustivo, busca uma expressão visual que só pode emergir da persistência infinita do gesto. 

A expografia da mostra reflete a obsessividade material do artista ao propor uma experiência sensorial expandida. No Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba, uma sala de 400 m² é tomada por suas obras, enquanto uma grande mesa central permite que os visitantes explorem os materiais de suas criações.

O papel da arte é transformar o valor das coisas – simbólico, material ou imagético. “Veemente” é uma equação de percepções visuais e táteis. Ao permitir que o público interaja com os materiais e experimente os limites da repetição e da obsessão, a mostra convida cada visitante a vivenciar, de forma íntima e sensorial, a lógica de um artista que transforma resíduos em poesia visual.

820 Fragmentos de asas de borboleta Hypolimnas pandarus sobre cartolina de museu
30 x 30 x 2 cm
Galeria Simões de Assis

Palitos de madeira
28,6 x 22,3 x 15 cm
Coleção particular

Painéis eletrônicos sobre papel museológico
41 x 35 x 4 cm
Coleção particular

Acrílico sobre penas de pavão sobre cartolina de museu
30 x 30 x 4 cm
Coleção particular

Poeira coletada no estúdio do artista
10 x 10 x 10 cm
Coleção particular

MON realiza nova exposição internacional

A exposição “Veemente”, do artista mexicano Gabriel de la Mora, é a mais nova realização do Museu Oscar Niemeyer (MON). A mostra será inaugurada no dia 8 de maio, na Sala 1, com curadoria de Marcello Dantas.

São 77 obras, entre instalações, telas com técnicas mistas e esculturas, a maioria produzida entre 2000 e 2025. O conjunto apresenta não só a estética do artista e sua evolução, mas também a diversidade e peculiaridade dos materiais utilizados, que vão além dos suportes e pigmentos tradicionais. 

 “A arte de Gabriel de la Mora provoca uma reflexão fundamental sobre o nosso tempo e nos convida a ressignificar o ordinário, olhar com mais atenção para o que descartamos ou esquecemos”, afirma a secretária de Estado da Cultura, Luciana Casagrande Pereira. “É uma exposição que dialoga com temas contemporâneos e reforça o compromisso do MON em trazer ao público experiências potentes e conectadas com as discussões da arte global.”

A diretora-presidente do MON, Juliana Vosnika, comenta que o artista desafia nosso olhar e percepção com suas pinturas, instalações e esculturas feitas a partir de itens inusitados, descartados. “Nada em seu intenso e extenso trabalho é óbvio. Tudo é resultante de um perspicaz olhar sobre a natureza humana, seus sentimentos e sensações”, diz. 

No processo de criação, o artista transforma objetos encontrados em matéria-prima para singulares obras de arte, evocando o conceito ready-made. “Há sempre uma mensagem, abordando a sustentabilidade, a passagem do tempo e o ciclo da vida, traduzida em trabalhos repletos de beleza e movimento”, afirma Juliana.

O curador Marcello Dantas explica que a prática de Gabriel de la Mora envolve uma investigação sobre materiais, explorando os limites físicos e conceituais de um processo de coleta e reconstrução. “À primeira vista, suas obras podem parecer abstratas, com caráter escultórico ou até minimalista. No entanto, um olhar mais atento revela que nada é o que parece ser”, diz Dantas. 

“Suas obras são compostas por elementos inesperados: fios de cabelo, fragmentos de espelhos, cascas de ovos, solas de sapato, asas de borboleta e outros vestígios da vida cotidiana”, informa o curador. “Sua técnica denota um processo quase obsessivo, que transforma a matéria-prima em novas formas, padrões e texturas. A repetição contínua do gesto artesanal – ora restaurador, ora destrutivo – revela um método que desafia a experiência visual e sensorial do espectador”, comenta.

Marcello Dantas é um premiado curador com ampla atividade no Brasil e no exterior. Trabalha na fronteira entre a arte e a tecnologia, produzindo exposições e múltiplos projetos que proporcionam experiências de imersão por meio dos sentidos e da percepção. Nos últimos anos, atuou na concepção de diversos museus, como o Museu da Língua Portuguesa, Japan House (SP), Museu da Natureza (PI), Museu da Cidade de Manaus, Museu da Gente Sergipana (Aracaju, SE), Museu do Caribe e o Museu do Carnaval (Barranquilla, Colômbia). Realizou exposições individuais de alguns dos mais importantes nomes da arte contemporânea mundial como Ai Weiwei, Anish Kapoor, Laurie Anderson, Michelangelo Pistoletto, Rebecca Horn e Tunga. Foi também diretor artístico do Pavilhão do Brasil na Expo Shanghai 2010, do Pavilhão do Brasil na Rio+20, da Estação Pelé, em Berlim, na Copa do Mundo de 2006.

Nascido em 1968, na Cidade do México, onde vive e trabalha, Gabriel de La Mora é formado em Arquitetura pela Universidade Anáhuac del Norte e possui mestrado em Pintura pelo Pratt Institute, de Nova York. Concentra sua prática artística no uso e reaproveitamento de objetos descartados ou obsoletos, que parecem ter completado sua vida útil. Mais interessado na desconstrução e fragmentação de um objeto ou material ao longo do tempo, ele aposta na reconstrução a partir de práticas baseadas na passagem do tempo e dos processos, ecoando o conceito ready-made.

O Museu Oscar Niemeyer (MON) é patrimônio estatal vinculado à Secretaria de Estado da Cultura. A instituição abriga referenciais importantes da produção artística nacional e internacional nas áreas de artes visuais, arquitetura e design, além de grandiosas coleções asiática e africana. No total, o acervo conta com aproximadamente 14 mil obras de arte, abrigadas em um espaço superior a 35 mil metros quadrados de área construída, o que torna o MON o maior museu de arte da América Latina.

Exposição “Veemente – Gabriel de la Mora”
Abertura: 8 de maio, 19h
Sala 1
www.museuoscarniemeyer.org.br

Veemente - Gabriel de la Mora

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