
O mundo lúdico dos Mangás e Animes
A exposição inédita: “O Mundo Lúdico dos Mangás e Animes”, com curadoria de Fausto Godoy, é a nova realização do Museu Oscar Niemeyer, na Sala 10. A mostra reúne mais de 100 pinturas, desenhos e esculturas, com obras que pertencem ao acervo do MON. É um mergulho no universo dessa expressão da arte japonesa contemporânea que alcançou e conquistou boa parte do mundo. A exposição também propõe um diálogo com tradições antigas, como os bonecos Ningyos, que estavam expostos anteriormente no local.
Artista
Curadoria
Fausto Godoy
Marco BaenaAbertura
28 de novembro de 2025, 21h
Período em cartaz
De 29 de novembro de 2025
Longa duração
Local
Sala 10
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SAIBA MAIS SOBRE A EXPOSIÇÃO
MON realiza mostra inédita de mangás e animes com obras do acervo
O Museu Oscar Niemeyer realiza uma exposição inédita: “O Mundo Lúdico dos Mangás e Animes”, com curadoria de Fausto Godoy, doador da coleção asiática ao MON. A mostra reúne mais de 100 pinturas, desenhos e esculturas, na Sala 10. A inauguração será no dia 28 de novembro, às 18h30.
É um mergulho no universo dessa expressão da arte japonesa contemporânea que alcançou e conquistou boa parte do mundo. Animes e mangás têm trajetórias entrelaçadas desde o início do século XX, quando a animação japonesa surgiu inspirada em estilos ocidentais e nas expressões artísticas do Japão.
A exposição também propõe um diálogo com tradições antigas, como osbonecos Ningyos, que estavam expostos anteriormente no local. Estes, no Japão, são objetos cheios de significados milenares, presentes que desejam longevidade, saúde e fertilidade às crianças.
Para a secretária de Estado da Cultura, Luciana Casagrande Pereira, "aexposição revela uma faceta vibrante da arte japonesa contemporânea e mostra ao público como o acervo asiático do MON segue oferecendo novas leituras, novas histórias e novas formas de aproximação com outras culturas".
“Desde que a grandiosa coleção asiática, com mais de três mil peças, foi doada ao Museu Oscar Niemeyer, várias exposições já foram realizadas com tais obras, permitindo que o público conheça mais desse patrimônio de imenso valor histórico e artístico que pertence ao Paraná”, diz a diretora-presidente do MON, Juliana Vosnika.
“Ao entregar a mostra ‘O Mundo Lúdico dos Mangás e Animes’, o MON confirma que esta é mais uma das incontáveis vertentes desse acervo surpreendente, que nos revela o continente asiático em sua extensão geográfica, pluralidade étnico-religiosa e exuberância artística ao longo de milhares de anos de história”, comenta.
O curador explica que a exposição “O Mundo Lúdico dos Mangás e Animes” retoma o tema do universo infantil e o projeta para o juvenil e além. “São os mangás, histórias em quadrinhos ou romances gráficos que retratam na maioria das vezes o cotidiano urbano”, diz. “No Japão, pessoas de todas as idades leem mangás, em uma ampla gama de gêneros”, comenta Fausto Godoy.
Vários desses mangás deram origem aos animes, forma de arte característica que surgiu na década de 1960 com as obras do mangaká (criador de mangás) Osamu Tezuka e se popularizou nas décadas seguintes. Eles são em muitos casos a versão em celuloide, e atualmente em vídeo, dos mangás, uma vez que uma boa parte dos animes tem origem neles. Muitos desses animes se tornaram conhecidos no Brasil e se transformaram em ícones.
Godoy conta que muitos desses desenhos e celuloides originais foram coletados por ele em feiras de antiguidades de Tóquio, após serem descartados por seus produtores. “Adquiri-los tornou-se para mim uma ‘missão’, pois eles registram a alma e a cultura japonesas no que elas têm de mais autêntico: a convivência entre a contemporaneidade e os valores ancestrais e, paralelamente, a miscigenação com outras culturas”, diz o curador.
Imagens
Materiais da Exposição
O mundo lúdico dos mangás e animes
A tradição japonesa de se debruçar sobre o universo infantil é ancestral. As celebrações anuais do Dia das Meninas – 03/03 – e do Dia dos Meninos – 05/05 – remontam a milênios. Os artefatos mais antigos conhecidos datam do período Jomon (10.000/300 AEC). Os bonecos rituais – Ningyo – que corporificam os valores e as aspirações que os pais têm com relação aos seus filhos seguem a tradição.
A evolução do conceito mais moderno de Ningyo teve início durante o período Edo (1603–1868), quando houve uma ênfase crescente no artesanato e na expressão artística, que estimulou o resgate e desenvolvimento de várias formas de arte tradicionais, inclusive a fabricação de bonecos. Alguns desses Ningyos foram objeto da exposição que precede esta aqui no Museu Oscar Niemeyer.
A mostra atual, intitulada “O Mundo Lúdico dos Mangás e Animes” retoma de certa forma o tema do universo infantil, e o projeta para o juvenil, e além. São os mangás (漫画), histórias em quadrinhos ou romances gráficos que retratam na maioria das vezes o cotidiano urbano. No Japão, pessoas de todas as idades leem mangás, em uma ampla gama de gêneros: ação, aventura, horror, comércio, histórias de detetives, a história do país, ficção científica, fantasias sexuais, esportes etc.
Vários desses mangás deram origem aos animes ( アニメ), uma forma de arte característica que surgiu na década de 1960 com as obras do mangaká (criador de mangás) Osamu Tezuka, e se popularizou nas décadas seguintes. Eles são em muitos casos a versão em celuloide, e atualmente em vídeo, dos mangás, uma vez que uma boa parte dos animes tem origem neles. Muitos desses animes se tornaram conhecidos no Brasil e se transformaram em verdadeiros ícones para as nossas gerações mais jovens... e não tão jovens.
Muitos desses desenhos e celuloides originais foram coletados por mim nas feirinhas de “antiguidades” de Tóquio, nos fins de semana, quando eu servia na nossa embaixada. São milhares, que eram descartados por seus produtores e desprezados pelos que ali garimpavam peças antigas. Adquiri-los tornou-se para mim uma “missão”, pois eles registram a alma e a cultura japonesas no que elas têm de mais autêntico: a convivência entre a contemporaneidade e os valores ancestrais e, paralelamente, a miscigenação com outras culturas. Tal é a simbiose entre a inspiração nos “cartoons” e nos desenhos animados americanos, combinados com os valores civilizacionais do Japão contemporâneo, dividido entre tradição e modernidade.
Fausto Godoy
Doador e curador da Coleção Asiática do Museu Oscar Niemeyer
Desde que a grandiosa coleção asiática, com mais de três mil peças, foi doada ao Museu Oscar Niemeyer, várias exposições já foram realizadas com tais obras, permitindo que o público conheça mais desse patrimônio de imenso valor histórico e artístico que pertence ao Paraná.
Ao entregar a mostra “O Mundo Lúdico dos Mangás e Animes”, o MON confirma que esta é mais uma das incontáveis vertentes desse acervo surpreendente, que nos revela o continente asiático em sua extensão geográfica, pluralidade étnico-religiosa e exuberância artística ao longo de milhares de anos de história.
Nesta exposição, trazemos aos nossos visitantes uma expressão da arte japonesa contemporânea que alcançou e conquistou boa parte do mundo: os populares mangás e animes.
Aqui, eles são apresentados em mais de 100 pinturas, desenhos e esculturas, dividindo espaço com os tradicionais bonecos Ningyos. Estes, no Japão, são objetos cheios de significados milenares, presentes que desejam longevidade, saúde e fertilidade às crianças.
Ao realizar esta exposição que apresenta tão importante dimensão simbólica e estética da cultura japonesa, o MON convida a uma reflexão sobre as manifestações culturais de diferentes regiões e países e o que nos aproxima como indivíduos e como sociedade.
Juliana Vellozo Almeida Vosnika
Diretora-presidente do Museu Oscar Niemeyer
As animações japonesas têm origem no cinema, porém ganharam espaço próprio e definitivo na televisão mundial a partir da década de 1960. Desde então continuam encantando gerações.
O anime se refere a uma animação que pode ser desenhada tanto à mão como por computador. As primeiras animações comerciais japonesas datam de 1917, influenciadas pelas técnicas ocidentais. No entanto, foi somente na década de 1960, com o trabalho do célebre artista de mangá (mangaká) Osamu Tezuka, frequentemente chamado de "Deus do Mangá", que o anime começou a tomar forma como um fenômeno cultural distinto. Nesse momento, eles eram desenhados sobre uma folha de acetato. O artista fazia o esboço sobre uma folha de papel, com as indicações pertinentes, e o assistente o transferia para o celuloide.
Esse estilo de arte atual surgiu na década de 1960 e popularizou-se nas décadas seguintes, atraindo um grande público doméstico. Os animes passaram a partir de então a serem vistos nas salas de cinema. Foram posteriormente apresentados em transmissões de televisão; depois diretamente em aparelhos domésticos e pela internet. Além das obras originais, eles são muitas vezes adaptações de mangás e até mesmo de videogames. Classificados em vários gêneros – comédia, terror, drama, ficção científica etc. – eles visam públicos amplos e diversos.
Na década de 1980, o anime tornou-se um grande sucesso popular no Japão, com o lançamento de produções como “Gundam”, “Macross”, “Dragon Ball”, e de gêneros como robô real, ópera espacial e cyberpunk. O filme “Akira”, de 1988, tornou-se um sucesso internacional, e “A Viagem de Chihiro” dividiu o primeiro prêmio no Festival de Cinema de Berlim de 2002, ganhando o Oscar de Melhor Filme de Animação em 2003.
Assim como os mangás, os animes são uma forma de arte e expressão da criatividade de seus autores, tanto no que diz respeito à forma quanto ao fundo, pois na maioria das vezes o mesmo criador responde pela trama e pelo desenho. Dentre eles, títulos como “Attack on Titan”, “One Piece”, “Fullmetal Alchemist: Brotherhood”, “Death Note”, “Dragon Ball” e “Akira” são constantemente citados como os melhores e mais populares, tanto pelos fãs como pela crítica.
A indústria de animes se reparte atualmente em mais de 430 estúdios de produção, incluindo grandes nomes como o Studio Ghibli, Gainax e Toei Animation.
Os animes têm sido um sucesso internacional ainda maior após a introdução das dublagens em exibições televisionadas. Esse aumento de popularidade deu origem a produções não japonesas que empregam o mesmo estilo de arte do anime.
(FG)
Os mangás (漫画) são histórias em quadrinhos ou romances gráficos, semelhantes aos nossos antigos gibis, enquanto os animes tinham a princípio o formato de celuloide. A maioria dos mangás segue os estilos desenvolvidos pelos artistas japoneses que criaram os ukyio-es (浮世絵), termo que significa "imagem do mundo flutuante", um gênero de arte que se tornou muito popular entre a classe mercantil de Tóquio no período Edo (séculos XVII-XIX). Eram xilogravuras que retratavam temas do quotidiano urbano, tais como atores do teatro kabuki, cortesãs, lutadores de sumô, paisagens, contos folclóricos etc.
O termo “mangá” é utilizado para se referir às histórias em quadrinhos japonesas. Vários deles deram origem aos animes (アニメ), criados por cartunistas e desenhados anteriormente sobre um suporte de acetato, como nesta mostra, e agora criados por computadores, no formato de filmes e vídeos.
As raízes dos mangás são mais antigas. Elas têm origem no período Nara (séc. VIII EC), quando surgiram os primeiros rolos de pintura no Japão, chamados de emakimono (絵巻物). Esses rolos continham pinturas acrescidas de textos que descortinavam uma história à medida que eram desenrolados sobre uma superfície. No início, esse estilo seguia os padrões chineses que inspiraram a arte produzida no Japão naquela época. Foi a partir da metade do século XII que apareceram os primeiros emakimonostipicamente japoneses.
No período Edo (1603–1868) esses rolos foram substituídos por livros. Inicialmente, as estampas eram destinadas a ilustrar os textos, mas rapidamente surgiram os ”livros para ver” em oposição aos “livros para ler”. A partir de meados do século XIX, chegou ao Japão o humor gráfico dos ilustradores europeus. Em 1861, o cartunista britânico Charles Wirgman instalou-se em Yokohama, nas vizinhanças de Tóquio. Ele vai exercer grande influência sobre os artistas locais. Wirgman criou um jornal satírico, o The Japan Punch, e passou a ensinar técnicas ocidentais de desenho e pintura para um grande número de artistas japoneses.
Influenciados pelo The Japan Punch, Kanagaki Robun e Kawanabe Kyosaicriaram a primeira revista de mangá em 1874, a Eshinbun Nipponchi, que não alcançou sucesso popular e foi encerrada após três edições. Entretanto, as técnicas trazidas pelos europeus alavancaram uma lenta, mas segura, produção dos artistas nativos, especialmente Rakuten Kitazawa, cujo mangá “Tagosaku to Mokube no Tokyo Kenbutsu” (田吾作と杢兵衛の東京見物), de 1902, é considerado o primeiro mangá no sentido moderno.
Diversas séries comparáveis às de além-mar surgem na década de 1930 até a metade dos anos quarenta, quando a imprensa foi submetida à censura do governo durante a Segunda Guerra Mundial, assim como todas as atividades culturais e artísticas. Findo este período conturbado, sob a ocupação americana os mangakás (autores de mangás) passaram a sofrer a influência das histórias em quadrinhos ocidentais, sobretudo as americanas, que eram traduzidas e difundidas em grande quantidade na imprensa cotidiana.
Em 1946, surge o primeiro mangá de autoria de uma mulher, a tira “Sazae-san de Machiko Hasegawa”. É também quando Osamu Tezuka, um artista influenciado por Walt Disney, dá vida ao mangá moderno. As características faciais que ele desenvolveu, semelhantes às dos desenhos da Disney, com olhos, boca, sobrancelhas e nariz desenhados de maneira bastante exagerada para aumentar a expressividade dos personagens, tornaram o mangá popular. Foi Tezuka também quem introduziu os efeitos gráficos nas histórias em quadrinhos, como as linhas que dão a impressão de velocidade e as onomatopeias que se integram à arte.
Na atualidade, o mangaká trabalha normalmente com alguns assistentes em um pequeno estúdio e está associado a uma editora. No Japão, os mangássão geralmente publicados em grandes revistas especificas, muitas vezes contendo várias histórias, cada uma apresentada em um único capítulo a ser continuado numa próxima edição. Se uma série de mangá publicada for suficientemente popular, ela pode vir a ganhar uma versão animada: um anime.
(FG)
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Características da exposição
Estímulo físico
Restrição de movimento
Estímulo Sonoro
Local com ruído
Estímulo Sonoro
Som inesperado
Estímulo Sonoro
Local silencioso
Estímulo Visual
Luz oscilante
Estímulo Visual
Luz natural
Estímulo Visual
Luz reduzida