Luz & Espaço

Para esta exposição inaugural da nova sala do MON quisemos fugir ao máximo daquilo que se pode esperar de exposições com esta disciplina e dos “objectos” habitualmente apresentados. Queríamos mostrar os limites porosos que muitas vezes existem entre design e arte. Desafiamos 11 artistas curitibanos, a quem pedimos para confrontar o tema da luz.

Para expressar essas reflexões, a exposição acontece em duas partes no MON. O primeiro, em uma instalação, uma escultura luminosa que veste um dos espaços. Estruturas metálicas que se assemelham a aranhas – as “Arachnidas” – parecem entrar por um espaço restrito e escuro, invadindo a sala e tomando todas as superfícies. 

A segunda parte na exposição surge para exemplificar a pluralidade de linguagens do cenário local. A diversidade de discursos estéticos reunidos em um único espaço, interagindo e criando uma cena consistente e representativa. O diálogo surge como um elemento de conexão e resistência do discurso democrático que só se fortalece por meio da troca e do respeito à pluralidade de ideias.

O título da exposição refere-se ao grande movimento artístico no sul da Califórnia do final dos anos 1950 aos anos 1970, Light and Space. Assim como no grupo de artistas brasileiros reunidos nesta exposição, não há uma estética única entre o grupo vagamente afiliado de artistas Light and Space de Los Angeles, mas sim uma preocupação com a percepção e participação do espectador. 

A pretensão desta exposição é materializar, por meio do design, objetos iluminantes e instalações luminosas e, dessa forma, evidenciar a produção local, fruto de um ambiente rico de diversas correntes de estilo e abordagens, mas que perdeu suas conexões.  Depois de dois anos isolados, existe uma vontade latente de troca e de mostrar o resultado das reflexões desse exílio involuntário. O objetivo é, por meio dessa exposição, conectar o local com outros cenários criativos globais. 

O desafio inicial foi trabalhar a diversidade de matérias-primas à disposição: papel, tecido, fibras naturais, pedras, metais, vidro, porcelana, resina, concreto, entre outros. A pluralidade está presente nesses materiais e na linguagem estética e na diversidade dos estúdios e designers convidados.

O fio condutor é a luz e a sombra, no seu sentido pragmático e metafórico.

Marc Pottier

Curador