German Lorca
mestre da fotografia
A exposição “German Lorca, Mestre da Fotografia” resgata a trajetória artística do fotógrafo, reconhecida nacional e internacionalmente. Exibindo desde os seus primeiros trabalhos como fotógrafo amador, em 1947, a mostra conta com cerca de 160 fotografias, além de câmeras e outros itens pessoais.
Com curadoria de Adriana Rede e José Henrique Lorca, filho do fotógrafo, a exposição é organizada em oito núcleos que evidenciam o olhar afetivo do fotógrafo para o mundo. Ao longo de sua carreira, Lorca experimentou diversas modalidades de fotografia, desde o analógico ao digital, sempre mantendo sua linguagem única nas cenas que registrou.
Artista
German Lorca
Curadoria
Adriana Rede e José Henrique Lorca
Período em cartaz
De 4 de julho de 2024
Até 20 de outubro de 2024
Local
Sala 1
Livre
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SAIBA MAIS SOBRE A EXPOSIÇÃO
MON realiza exposição inédita de German Lorca
A exposição “German Lorca, Mestre da Fotografia” é a mais nova realização do Museu Oscar Niemeyer (MON). Com curadoria de Adriana Rede e José Henrique Lorca, filho do fotógrafo, a mostra poderá ser vista pelo público a partir do dia 5 de julho, na Sala 1.
"German Lorca é simplesmente um dos maiores nomes da fotografia brasileira", afirma a secretária de estado da Cultura do Paraná, Luciana Casagrande Pereira. "Nossa expectativa para esta exposição de Lorca no MON é de que ela será um marco para o Museu por conta da grandeza de sua trajetória, que merece ser vista, revista e conhecida pelo grande público aqui no Paraná".
Segundo a diretora-presidente do Museu Oscar Niemeyer, Juliana Vosnika, a mostra nos faz viajar no tempo e no espaço. “São imagens geniais que têm poesia, que tocam e inspiram, que permitem um diálogo silencioso com cada visitante”.
Ela comenta que, “com essa exposição, o MON confirma sua vocação de, entre outras vertentes artísticas, colecionar e expor fotografias, levando-as até o imenso e interessado público espectador”.
Mestre
O brasileiro German Lorca (1922-2021) foi um dos poucos a vivenciar de modo pleno a fotografia, em suas mais diversas modalidades: de amador a profissional, do analógico ao digital, das câmeras aos smartphones. Com uma visão peculiar sobre os mais variados temas, estabeleceu sua linguagem de maneira única.
Sua obra faz parte dos mais importantes acervos do mundo, como o do Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MoMA), entre muitos outros. Sete de suas fotografias fazem parte da coleção permanente do Museu Oscar Niemeyer.
Dividida em núcleos, a exposição compreende a retrospectiva de sua obra, incluindo desde seus primeiros trabalhos como fotógrafo amador, em 1947. São cerca de 160 fotografias, além de câmeras e outros itens pessoais. A mostra percorre a trajetória de Lorca como artista e profissional na fotografia, por mais de 70 anos, com excepcional dedicação, conquistando diversas premiações e reconhecimento, no Brasil e no exterior.
“Sua obra compõe um grande recorte da história da fotografia brasileira, acompanhando um novo movimento, uma nova forma de expressão fotográfica e o alvorecer de uma estética moderna na nossa fotografia brasileira”, informam os curadores.
No final dos anos 1940, Lorca afiliou-se ao Foto Cine Clube Bandeirante, em São Paulo, hoje objeto de estudo internacional por seu vanguardismo. “Quando a fotografia moderna toma impulso e vem revolucionar a cena brasileira, ele se destaca com seus cortes e enquadramentos, tanto na captura da foto quanto no ato da revelação”, esclarecem Adriana e José Henrique.
Lorca passou por uma fase chamada "concreta", em que explorou planos inusitados e ângulos diferenciados. Na fotografia publicitária, foi pioneiro. Incessantemente atrás de novidades, com audácia nas buscas cromáticas, nos ângulos ousados e nos temas irreverentes e provocativos, conquistou o mercado publicitário, que se iniciava no Brasil.
Com trajetória reconhecida, nacional e mundialmente, nunca parou. Seguiu com seu olhar atento, formando gerações de fotógrafos que se inspiraram, não só em sua técnica, mas em seu jeito afetivo de olhar o mundo. “Sempre atemporal, seguiu fotografando até os últimos dias de sua vida extraordinária”, explica a curadoria.
Os oito núcleos que compõem a exposição são: “Lorca na coleção do MoMA”, “Primeiros tempos: Foto Cine Clube Bandeirante”, “Um olhar livre”, “E fez-se a cor”, “New York e seus personagens”, “A geometria das sombras”, “Sobreposição do tempo” e “O Mago dos Anúncios”.
Imagens
Rafael Dabul
Rafael Dabul
Rafael Dabul
German Lorca
German Lorca
German Lorca
German Lorca
German Lorca
German Lorca
Rafael Dabul
Rafael Dabul
Rafael Dabul
Rafael Dabul
Rafael Dabul
Rafael Dabul
German Lorca
German Lorca
German Lorca
Materiais da Exposição
Versão em áudio - Institucional
Versão em áudio - Curatorial
Versão em áudio - Lorca na Coleção do MoMA
Versão em áudio - Primeiros tempos: Foto Cine Clube Bandeirante
Versão em áudio - Um olhar livre
Versão em áudio - E fez-se a cor
Versão em áudio - New York e seus personagens
Versão em áudio - A geometria das sombras
Versão em áudio - Sobreposição do tempo
Versão em áudio - O mago dos anúncios
GERMAN LORCA, MESTRE DA FOTOGRAFIA
German Lorca foi um dos poucos fotógrafos a vivenciar a fotografia de modo pleno em suas mais diversas modalidades: de amador a profissional, do analógico ao digital, das câmeras aos smartphones. Com uma visão peculiar sobre os mais diversos temas, estabeleceu de maneira única sua linguagem.
No final dos anos 1940, Lorca acompanhou um novo movimento, o alvorecer de uma estética moderna na fotografia brasileira. Afiliou-se ao Foto Cine Clube Bandeirante, na capital de São Paulo, hoje objeto de estudo internacional por seu vanguardismo. Com um olhar único, capaz de conjugar fotografia e arte – diferentemente da fotografia convencional pictórica – em sua longa trajetória artística, por mais de 70 anos, German Lorca sempre foi livre ao fotografar. Sem receio das críticas, manteve-se fiel a si próprio.
Quando a fotografia moderna tomou impulso e veio revolucionar a cena brasileira, Lorca se destacou com seus cortes e enquadramentos, tanto na captura da foto quanto no processo de revelação. Passou por uma fase chamada "concreta", quando do movimento concretista nos anos 1950. Explorou planos inusitados, ângulos diferenciados, mas o “concretismo" de Lorca não foi exatamente intencional, foi livre e gerou obras belíssimas.
Na fotografia publicitária, foi pioneiro. Incessantemente atrás de novidades, com audácia nas buscas cromáticas, nos ângulos ousados e temas irreverentes e provocativos, conquistou o mercado publicitário, que iniciava no Brasil.
Com o olhar inquieto, aproveitou seus raros momentos de intervalo para realizar registros autorais, sempre conseguindo o melhor ângulo da cena que seu olhar escolhia. Com trajetória reconhecida, nacional e internacionalmente, nunca parou; seguiu com seu olhar atento, formando gerações de fotógrafos que se inspiraram, não só em sua técnica, mas em seu jeito afetivo de olhar o mundo. Chamavam-no de mestre. Sempre atemporal, seguiu fotografando até os últimos dias de sua vida extraordinária. Vemos, ao observar o seu trabalho, nosso olhar pousar entre o real e o imaginário. Cada instante como um momento cúmplice.
Adriana Rede e José Henrique F. Lorca
Curadoria
Não é exagero chamá-lo de mestre. Com esta mais nova realização do Museu Oscar Niemeyer, German Lorca, Mestre da Fotografia, o MON confirma sua vocação de, entre outras vertentes artísticas, colecionar e expor fotos, levando-as até o nosso imenso e interessado público espectador.
O premiado fotógrafo brasileiro German Lorca dedicou a maior parte dos seus quase 100 anos de vida (1922-2021) a registrar com suas câmeras cenas, flagrantes e personagens que só poderiam ter sido descobertos por ele.
Imprimiu marca própria em tudo que fez, revelando imagens inovadoras, o que tornou sua obra inconfundível. Rompeu os limites da fotografia utilizando com maestria técnicas de sombra e luz, buscando sempre novos e diferentes enquadramentos.
Esta exposição é um testemunho de décadas eternizadas graças ao seu olhar sensível. Sua singular percepção para revelar cenas do cotidiano, de maneira incomum, o alçou à categoria de fotógrafo-artista.
Sua obra foi incluída nos mais importantes acervos do mundo, como o do Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MoMA), entre muitos outros. Aqui no MON, sete fotografias suas fazem parte da coleção permanente do Museu, enriquecendo o nosso acervo.
A mostra “German Lorca, Mestre da Fotografia” nos faz viajar no tempo e no espaço. São imagens geniais que têm poesia, que tocam e inspiram, que permitem um diálogo silencioso com cada visitante. Refletir e admirar é a proposta.
Juliana Vellozo Almeida Vosnika
Diretora-presidente do Museu Oscar Niemeyer
O Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MoMA) é considerado um dos museus mais importantes do mundo. Possui obras da década de 1940 e 1950 de German Lorca e duas da icônica série Aeroporto, da década de 1960. Participar da coleção de fotógrafos notáveis do MoMA marca o reconhecimento de German Lorca no contexto da arte mundial.
Em março de 2021, o museu fez uma grande exposição com foco no Foto Cine Clube Bandeirante, importante formador de fotógrafos brasileiros, frequentado por German Lorca no final dos anos 1940 e início dos anos 1950. As obras de Lorca foram um grande destaque na exposição.
O Foto Cine Clube Bandeirante, criado em São Paulo no ano de 1939, foi de extrema importância para a disseminação da informação sobre a técnica e a formação de fotógrafos amadores e profissionais. Entre 1949 e 1952, German Lorca participou do Clube. Lá, quebrou as normas da fotografia tradicional, ganhando destaque entre os participantes. Tanto nas excursões fotográficas promovidas pelo grupo, quanto nos salões que participava, as imagens irreverentes e inovadoras de Lorca se destacavam. Eram um contraponto à construção pictórica vigente.
German Lorca foi pioneiro em instaurar uma nova visualidade à fotografia brasileira. Explorava planos inusitados e ângulos diferenciados. Experimentava.
Além das imagens figurativas, que buscavam a personalidade do retratado – ou as criava – muitas vezes dava um caráter Expressionista à fotografia. Outras vezes, procurava o Abstracionismo em suas imagens. Flertou com o Concretismo informal, em voga na década de 1950 e 1960. Cortes e enquadramentos, tanto na captura da foto quanto no ato da revelação, mostravam que, em seu laboratório próprio, utilizava técnicas artesanais inovadoras e de difícil manejo.
Lorca encanta-se com o computador e, junto a um assistente, testava as infinitas possibilidades de recriar as imagens, alterando corte, textura e destacando principalmente as cores. Houve uma imagem em especial que o impressionou. Em uma piscina, deparou-se com um colchão inflável em uma manhã de sol. Seus olhos atentos perceberam que a falta total de vento e movimento criou um instante perfeito: parecia que o colchão flutuava no ar e a água não existia. Fez a imagem, mas achou que as cores não correspondiam à magia do momento. Posteriormente, com o assistente do estúdio, foi alterando a imagem até chegar à famosa versão final: “Levitação na Piscina”. Foi assim que resolveu resgatar suas antigas imagens coloridas e produzir novas.
German Lorca amava Nova Iorque. Esteve lá várias vezes, e em três delas (1967, 1978 e 1984), retratou em preto e branco, de forma fiel, com seu olhar arguto, as figuras que representavam a cidade, algumas vezes tendo como pano de fundo seus principais símbolos. Conseguiu criar um painel muito significativo dos diversos tipos de nova-iorquinos: crianças, jovens, muitos idosos e até turistas. Um grande mosaico social de personagens de uma das principais cidades dos Estados Unidos.
Era o ano de 2014. German Lorca, aos 92 anos, precisou ficar recluso em sua casa devido a uma pequena questão de saúde. Criativo e irrequieto como sempre foi, achou um modo de, sentado próximo à janela da sala, registrar a luz do sol e as formas e sombras que ela causava ao entrar pelas frestas e pelas cortinas. O resultado é um ensaio belíssimo, feito com sua Leica Digital. Um verdadeiro estudo sobre luz e ambiente que ele mesmo denominou, poeticamente, de A Geometria das Sombras.
German Lorca nos impressiona e sobrepõe passado e presente. Convidado em 2018, após completar 70 anos de carreira, a documentar novamente alguns locais de suas fotos icônicas da cidade de São Paulo, surpreende-nos com a mesma maestria. Aos 96 anos, encara o desafio, sobe a ladeira, procura os mesmos ângulos. Na imagem que fez no Quarto Centenário do aniversário de São Paulo, na inauguração do Parque Ibirapuera, com sua avó e seu filho andando em direção ao prédio da OCA como abduzidos por uma nave espacial, ele reencontra a mesma magia. Fotografa, mais de 60 anos depois, sua sobrinha e o filho pequeno, resgatando a mesma emoção.
Nos anos 1950, com a chegada das montadoras automobilísticas ao Brasil, um grande mercado de publicidade começou a surgir. Os grandes magazines de bens de consumo também estavam investindo. Lorca aliou sua liberdade experimental à curiosidade sobre as técnicas para pesquisar novidades e gerar imagens de impacto para os anúncios. Ao congelar cenas em movimento através dos novos flashes eletrônicos, Lorca gerou imagens publicitárias inovadoras e diferenciadas. Assim como nas imagens autorais, na fotografia comercial o artista sempre fazia a percepção da magia estar presente. Por isso era tão procurado pelas agências, também novas no Brasil, e cresceu com elas.
Exposição virtual
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Características da exposição
Estímulo Visual
Luz reduzida