Concurso Como Prática

Concursos de arquitetura são uma forma especial e democrática para a escolha de projetos, um ambiente de liberdade criativa para os que concorrem e buscam apresentar as melhores soluções arquitetônicas. A partir dos anos 1960, esse formato permitiu que uma primeira geração de arquitetos paranaenses, aqui nascidos ou de adoção, se destacassem no cenário nacional. 

A curiosidade indagativa foi o traço marcante dos concursos, fazendo da cidade seu laboratório de ideias e influenciando toda uma geração de estudantes de arquitetura. Curitiba, uma cidade que rapidamente se modernizava, tornou-se um atrativo para jovens arquitetos que buscavam espaço para seu trabalho. Aqui estabeleceram seus laboratórios criativos que resultavam em edifícios modernos que passaram a compor o cenário da cidade. Mas a força pioneira dessa geração de arquitetos se projetou nacionalmente através dos concursos, modalidade pela qual a presença paranaense ganhou força.

Ao longo de seis décadas, profissionais veteranos montaram suas equipes com jovens arquitetos e estudantes, cultivando, em um ambiente insubstituível de aprendizado arquitetônico, a importância de se exercitar na prática da competição criativa. Sucessivamente, gerações de praticantes de concursos foram se estabelecendo não só em Curitiba, mas também em todo o território do Paraná. Esse conjunto de profissionais espalhados pelo estado reúne coletivamente um volume de premiações em concursos que chama a atenção. 

Esta exposição sintetiza os resultados alcançados por equipes paranaenses nos principais concursos profissionais, nacionais e internacionais, de projetos de arquitetura e urbanismo nas mais diversas escalas, desde a segunda metade do século XX até as primeiras décadas do século XXI. Um caminho que ilustra a produção de períodos distantes, à primeira vista, porém conectados por um fio condutor: uma arquitetura que tem suas referências na tradição modernista, mas que busca superá-la com novas linguagens em consonância com a contemporaneidade.

Elisabete França
Curadoria