A exposição “Teia à Toa” apresenta um recorte da produção do artista carioca Barrão dos últimos 20 anos. Realizada pelo Museu Oscar Niemeyer (MON), a mostra será inaugurada no dia 10/7, às 19h, na Sala 3.

Com curadoria de Luiza Mello, reúne aproximadamente 70 obras em cerâmicas multicoloridas, esculturas monocromáticas em resina e bronze, aquarelas e instalações. É a primeira exposição individual do artista em Curitiba.

“Ao trazer ao público exposições como a de Barrão, o MON se destaca como um dos mais relevantes espaços para a arte contemporânea no Brasil”, afirma a secretária de Estado da Cultura, Luciana Casagrande Pereira. Para ela, a exposição de Barrão convida a enxergar beleza, sentido e poesia onde antes havia apenas descarte. “É esse poder transformador da arte que desejamos estimular cada vez mais, aproximando o público de experiências instigantes e significativas”, pontua.

“Desenhista, pintor, escultor e artista multimídia, Barrão reaproveita objetos do cotidiano e sucatas, conferindo-lhes novos significados. Intuitivo, reconfigura objetos utilitários quebrados ou danificados, tornando-os obras surpreendentes e criativas”, explica a diretora-presidente do MON, Juliana Vosnika.

“O resultado é quase uma alusão à vida, ao imponderável que muitas vezes destrói previsões e nos deixa apenas a possibilidade de adaptação”, diz. “Barrão instiga ao inverter o sentido original dos objetos com humor, ironia e poesia”, comenta Juliana.

A curadora informa que, ao longo de mais de quatro décadas, Barrão desenvolveu uma linguagem marcada pela intuição e pela transformação na combinação de elementos do cotidiano – objetos reconhecíveis, extraídos do nosso universo doméstico e urbano. “Em seu ateliê, prateleiras abrigam peças de origens diversas – acumuladas e organizadas por critérios tão intuitivos quanto enigmáticos. Desses fragmentos surgem esculturas híbridas que desafiam funções e estilos, sempre atravessadas por humor e ironia”, diz.

Ela explica que o título da exposição funciona como um convite à caminhada por uma floresta de formas e cores onde tudo está conectado por fios invisíveis. “Como aranhas que tecem suas tramas no ar, Barrão trabalha combinando objetos e pedaços de objetos preexistentes – cerâmicas quebradas e coladas, objetos moldados e fundidos em outros materiais, pedaços de objetos organizados em composições improváveis”, afirma Luiza. “Resina, bronze, louça: cada elemento carrega a memória do que foi e agora se apresenta como parte de algo maior”.

Barrão destaca as aquarelas presentes na mostra que, apesar de serem bidimensionais, sugerem o escultórico. “Elas têm muito a ver com o trabalho que eu desenvolvo, com a busca de relação entre os objetos”, diz.

Segundo o artista, todo o seu trabalho é construído a partir de um mundo que já existe. “São objetos que tinham outras funções e que já estavam aqui quando eu cheguei, mas que agora se associam a outros e ganham novo significado”, resume. “Eles se transformam”.

O artista

Barrão (Rio de Janeiro, 1959). Vive e trabalha no Rio de Janeiro. Desenhista, pintor, escultor, artista multimídia. Autodidata, inicia sua carreira artística com o Grupo Seis Mãos, 1983–1991, formado com Ricardo Basbaum e Alexandre Dacosta. O grupo desenvolve atividades com vídeo, pinturas ao vivo, shows musicais e performances, e promove o projeto Improviso de Pintura e Música em ruas, praças públicas, faculdades etc. A primeira exposição dos três artistas teve lugar em 1983, no Circo Voador, no Rio de Janeiro. Nesse ano, Barrão participa das mostras “Arte na Rua I” e “Pintura! Pintura!”, ambas na mesma cidade. Em 1984, realiza a primeira individual, “Televisões”, na Galeria Contemporânea, e participa da coletiva “Como Vai Você, Geração 80?”, realizada na Escola de Artes Visuais do Parque Lage – EAV/Parque Lage, no Jardim Botânico, Rio de Janeiro. Recebeu o Prêmio Brasília de Artes Plásticas, no Museu de Arte de Brasília, em 1990. Produz, com Sandra Kogut, os vídeos “7 Horas de Sono” e “A Geladeira”. Faz ainda vinhetas eletrônicas para televisão, trabalhos de cenografia e capas de discos. Cria, em parceria com o artista Luiz Zerbini, o editor de vídeo e cinema Sérgio Mekler e o produtor musical Chico Neves, o grupo Chelpa Ferro, em 1995, que trabalha com escultura, instalações tecnológicas e música eletrônica.

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SOBRE O MON
O Museu Oscar Niemeyer (MON) é patrimônio estatal vinculado à Secretaria de Estado da Cultura. A instituição abriga referenciais importantes da produção artística nacional e internacional nas áreas de artes visuais, arquitetura e design, além de grandiosas coleções asiática e africana. No total, o acervo conta com aproximadamente 14 mil obras de arte, abrigadas em um espaço superior a 35 mil metros quadrados de área construída, o que torna o MON o maior museu de arte da América Latina.

Serviço:
Exposição “Teia à Toa” – Barrão
Abertura: 10 de julho, 19h
Espaços: Sala 3

Publicado por

Museu Oscar Niemeyer

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