Um recorte da produção da artista curitibana Teca Sandrini, desde a década de 1960 até a atualidade, está reunida na mostra “Eterno Feminino”, inaugurada pelo Museu Oscar Niemeyer (MON). São 126 pinturas, desenhos, gravuras e esculturas, com curadoria de Maria José Justino, que estarão na Sala 7, a partir do dia 3/7, às 19h.

“Valorizar a produção de artistas paranaenses, especialmente de mulheres com trajetórias tão potentes como a de Teca Sandrini, é reafirmar nosso compromisso com a memória, a diversidade e a força da arte feita no Paraná”, afirma a secretária de Estado da Cultura, Luciana Casagrande Pereira.

“Arte e artistas paranaenses têm importante papel e estão sempre presentes em exposições e na coleção permanente do MON”, comenta a diretora-presidente da instituição, Juliana Vosnika. “Ao realizar a exposição dessa artista, o Museu Oscar Niemeyer proporciona pertencimento e valorização da cultura local”, diz Juliana.

A curadora explica que a exposição consolida a preferência de Teca Sandrini pela pintura “como linguagem oblíqua sobre a realidade, um saber que fala por meio do silêncio das mulheres, seus anseios e devaneios”. Segundo informa Maria José Justino, “nas várias técnicas e linguagens que experimentou, sempre esteve presente a estrutura diagonal, que os barrocos viam como a melhor forma de expressar o movimento, a vida”.

A mostra reúne obras de três grandes fases distintas da trajetória da artista: “Polacas”, “Fragmentos” e “Manchas”. A primeira aborda signos do cotidiano doméstico ao apresentar mulheres donas de casa em afazeres de rotina. “Mais tarde, num flerte com o surrealismo e a abstração, a mulher se esconde e dá lugar às gavetas e cadeiras – lugar dos segredos, dos guardados e da espera, eis a fase ‘Fragmentos’”, explica a curadora.

As limitações e dificuldades de visão da artista inauguram a fase mais recente de sua obra, a das “Manchas”, em que brinca com as formas. “A matéria concreta e o geométrico se mesclam às emoções da vida, travestidos em manchas, espontaneidade e expressividade”, diz Maria José Justino. “Cores fortes cedem lugar às grandes manchas e, nas luzes que se apagam, brota o branco como luz. Surge uma nova pintura, não narrativa”, informa. 

Com uma trajetória artística de mais de seis décadas, Teca Sandrini afirma que a arte a tornou cidadã do mundo. “Da vida e da arte trago amores, cores e perfumes”, conta. “Eu sinto a arte como a natureza, onde o visível e o invisível se confundem e narram a realidade e a memória”, diz.

A curadora

Maria José Justino é professora, ensaísta, curadora e crítica de arte. Tem mestrado em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo,  doutorado em Estética e Ciências das Artes pela Universidade de Paris VIII  e pós-doutorado pela École des Hautes Études en Sciences Sociales. Integra o Conselho de Cultura do Estado do Paraná, no Museu Oscar Niemeyer (MON) e no Museu de Arte Contemporânea (MAC). Professora aposentada da Universidade Federal do Paraná e da Escola de Música e Belas Artes, é autora de mais de 70 artigos e livros, entre eles: “Mulheres na Arte: Que Diferença Isso Faz?”, “Frans Krajcberg: A Tragicidade da Natureza pelo Olhar da Arte”, e “Modernidade e Pós-modernidade em Hélio Oiticica”.

A artista

Teca Sandrini é uma premiada artista brasileira, com obras em diversos acervos e coleções nacionais e internacionais. Tem formação em Pintura pela Escola de Música e Belas Artes do Paraná (Embap), Didática de Desenho pela Faculdade de Filosofia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) e especialização em Antropologia Filosófica pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Realizou exposições individuais em diversas cidades brasileiras e em outros países, como Estados Unidos e Alemanha. Foi professora na Embap e na PUCPR.

Suas obras pertencem a importantes acervos, como: Museu Oscar Niemeyer, Curitiba; Brazilian-American Cultural Institute, Washington D.C. (EUA); Museu de Arte Brasileira - Fundação Armando Alvares Penteado, São Paulo; Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco, Olinda; Museu de Arte Contemporânea do Paraná, Curitiba; Museu de Arte Moderna de Santa Catarina, Florianópolis; Museu de Arte de Goiânia; Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro; e vários outros.

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SOBRE O MON
O Museu Oscar Niemeyer (MON) é patrimônio estatal vinculado à Secretaria de Estado da Cultura. A instituição abriga referenciais importantes da produção artística nacional e internacional nas áreas de artes visuais, arquitetura e design, além de grandiosas coleções asiática e africana. No total, o acervo conta com aproximadamente 14 mil obras de arte, abrigadas em um espaço superior a 35 mil metros quadrados de área construída, o que torna o MON o maior museu de arte da América Latina.

Serviço:
Exposição “Eterno Feminino” – Teca Sandrini
Abertura: 3 de julho, 19h
Espaços: Sala 7

Publicado por

Museu Oscar Niemeyer

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