Sonoridades
de Bispo do Rosário
Con más de 100 obras, la exposición "Sonidos de Bispo do Rosário" realizada por el Museo Oscar Niemeyer pone en diálogo el legado del reconocido artista con artistas que tuvieron sus procesos creativos influenciados por Bispo do Rosário.
Obras como instalaciones, objetos, collages, ensamblajes y estandartes, características de Arthur Bispo do Rosário, dialogan con la obra visual de Antônio Bragança, Stella do Patrocínio, Leonardo Lobão, Paulo Nazareth, Marlon de Paula, Rick Rodrigues, Eduardo Hargreaves, Fernanda Magalhães e Guilherme Gontijo Flores.
Artista
Arthur Bispo do Rosário, Antônio Bragança, Eduardo Hargreaves, Fernanda Magalhães, Guilherme Gontijo Flores, Leonardo Lobão, Marlon de Paula, Paulo Nazareth, Rick Rodrigues e Stella do Patrocínio.
Curaduría
Luiz Gustavo Carvalho
Período de exhibición
De 5 de julho de 2023
Hasta 18 de fevereiro de 2024
Local
Sala 6
Livre
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SAIBA MAIS SOBRE A EXPOSIÇÃO
Museo Oscar Niemeyer realiza exposición del artista Bispo do Rosário
La exposición “Sonidos de Bispo do Rosário”, que se inaugurará el 4 de julio, en la Sala 6 del Museo Oscar Niemeyer (MON), reúne más de 100 obras. La exposición pone en diálogo el legado de Arthur Bispo do Rosário con otros artistas cuyos procesos creativos fueron influenciados por él y por la convivencia en la Colônia Juliano Moreira, donde Bispo do Rosário pasó la mayor parte de su vida como interno. La curaduría es de Luiz Gustavo Carvalho.
“Con la realización de esta exposición, el MON propone al espectador una profunda reflexión sobre lo que es el arte y su papel transformador”, comenta la directora general del Museo, Juliana Vosnika.
“Célebre y póstumamente reconocido en Brasil y en el exterior, en un proceso insólito, carente de formación académica, Bispo do Rosário produjo a partir de materiales inusitados, transformando su genialidad en instalaciones sorprendentes, comparables a la obra de Marcel Duchamp al mostrar que el arte también es posible a partir de la sencillez de los objetos cotidianos”, afirma.
Evocando los aspectos sonoros y poéticos presentes en la obra del artista, los diversos objetos, instalaciones, collages, ensamblajes y estandartes presentes en la exposición dialogan con la obra visual, performativa y poética de otros artistas que integran la exposición, haciendo evidente el impacto de su legado en la escena del arte contemporáneo.
Ellos son: Antônio Bragança, Stella do Patrocínio, Leonardo Lobão, Paulo Nazareth, Marlon de Paula, Rick Rodrigues, Eduardo Hargreaves, Fernanda Magalhães y Guilherme Gontijo Flores.
Arthur Bispo do Rosário (1909-1989) fue interno en la Colônia Juliano Moreira (RJ), uno de los hospitales psiquiátricos más grandes del país en el siglo pasado, durante la mayor parte de su vida. Cargó con varios estigmas de marginación social aún vigentes en nuestra sociedad -negro, pobre, loco, asilado en un manicomio- y logró, en su genialidad, subvertir la lógica excluyente propuesta, a partir de su obra.
Su celda en el Núcleo Ulisses Vianna, en lugar de ser un lugar de encierro, se convirtió en un estudio y espacio de investigación. “Defendió sus trabajos con obstinación (...). En un mundo ensordecido por el caos de la normalidad y en el que las voces se apagan, Arthur Bispo do Rosário ve la necesidad de gritar”, explica Carvalho.
Durante años, el artista deshizo los uniformes azules del manicomio, en un acto de subversión y lucidez contra la prisión del manicomio, para luego transformarlos, bordando, rebordando, uniendo, reparando, escribiendo, ocultando y creando catálogos y cartografías que van más allá de las fronteras entre lo real y lo imaginario, lo visible y lo invisible, lo consciente y lo inconsciente.
“No podemos dejar de preguntarnos: ¿cómo es posible que una persona que pasó décadas encarcelada en un sistema de asilo que tenía como regla la exclusión del individuo nos haya dejado una obra de singular importancia, a nivel mundial, a mediados del siglo XX?”, pregunta el curador de la exposición.
Cientos de exposiciones nacionales e internacionales celebradas en las últimas décadas en torno a su trabajo muestran el increíble alcance de su obra. Bispo do Rosário ha sido tema de libros, películas y obras de teatro, entre otras vertientes artísticas.
ACERCA DEL MON
El Museo Oscar Niemeyer (MON) es un patrimonio estatal vinculado a la Secretaría de Estado de Cultura. La institución alberga importantes referentes de la producción artística nacional e internacional en las áreas de las artes visuales, la arquitectura y el diseño, además de grandes colecciones asiáticas y africanas. En total, la colección cuenta con aproximadamente 14.000 obras de arte, alojadas en un espacio de más de 35.000 metros cuadrados de área construida, lo que convierte al MON en el museo de arte más grande de América Latina.
Servicio:
Exposición “Sonidos de Bispo do Rosário”
A partir del día 4/7
Sala 6
www.museuoscarniemeyer.org.br
Imágenes
foto Marcello Kawase
foto Marcello Kawase
foto Marcello Kawase
Rafael Adorjan
Rafael Adorjan
Rafael Adorjan
Rafael Adorjan
Rafael Adorjan
foto Marcello Kawase
foto Marcello Kawase
foto Marcello Kawase
foto Marcello Kawase
foto Marcello Kawase
foto Marcello Kawase
Rafael Adorjan
Rafael Adorjan
Rafael Adorjan
Materiais da exposição
Ao realizar a exposição “Sonoridades de Bispo do Rosário”, o Museu Oscar Niemeyer propõe ao espectador uma profunda reflexão sobre o que é arte e o seu papel transformador.
Celebrado e reconhecido postumamente no Brasil e no exterior, num processo incomum, ausente de formação acadêmica, Bispo do Rosário produziu a partir de materiais inusitados, transformando sua genialidade em instalações surpreendentes, comparáveis à obra de Marcel Duchamp ao mostrar que a arte é possível também a partir da simplicidade de objetos do cotidiano.
Suas criações, tão relevantes e atuais neste século 21, não foram feitas num ateliê, mas dentro de uma instituição psiquiátrica. Impulsionado por uma força interior e por sua intensa criatividade e originalidade, rompeu paradigmas e apresentou grande potência semântica.
Centenas de exposições nacionais e internacionais feitas ao longo das últimas décadas em torno do seu trabalho mostram o incrível alcance de sua obra. Bispo do Rosário foi tema de livros, filmes e peças de teatro.
Evocando os aspectos sonoros e poéticos presentes na obra do artista, os diversos objetos, instalações, colagens, assemblages e estandartes aqui presentes dialogam com a obra visual, performática e poética de outros artistas que integram a exposição, deixando evidente o impacto de seu legado no cenário da arte contemporânea.
O singular fazer artístico de Bispo do Rosário permitiu que ele transcendesse barreiras e oferecesse uma nova perspectiva sobre a realidade, exatamente o que acreditamos ser um dos mais importantes papéis da arte.
Juliana Vellozo Almeida Vosnika
Diretora-presidente
Museu Oscar Niemeyer
Uma cadeira. Uma cadeira como qualquer outra cadeira de qualquer outra instituição pública brasileira. Uma cadeira como as cadeiras das escolas públicas, como as cadeiras das cadeias públicas. Uma cadeira como as cadeiras da Colônia Juliano Moreira, cujos portões Arthur Bispo do Rosário cruzou, em 25 de janeiro de 1939, para viver internado a maior parte da sua vida. Uma cadeira incorporada no universo criativo de um dos mais expressivos artistas brasileiros do século XX, na mais pungente resposta à loucura cometida pela sociedade brasileira em todos os espaços manicomiais do país.
Durante toda a sua vida, este ex-marinheiro, ex-boxeador, ex-funcionário da “Light” e usuário do sistema de saúde mental diagnosticado como esquizofrênico paranoide apresentou-nos, através de objetos, instalações, assemblages, dos bordados e da escrita, um mundo onírico extremamente organizado e hierarquizado. A sua cela no Núcleo Ulisses Vianna passou a ser ateliê e espaço de investigação, onde ele defendia os seus trabalhos com obstinação, pois via como missão catalogar “todo o material existente na Terra dos Homens” para salvá-lo no dia do Juízo Final. Através de um simples fio azul, desfiado durante anos num ato de subversão e lucidez contra a prisão manicomial, iniciou uma obra cujo único marco temporal parece ter sido a sua visão, alguns dias antes do Natal de 1938. “O tempo é o espaço vazio”, diz em seus falatórios Stella do Patrocínio, que também viveu durante anos encarcerada na Colônia Juliano Moreira. No entanto, é neste tempo/espaço que Arthur Bispo do Rosário deixou-nos, ao morrer em 5 de julho de 1989, uma obra que quanto mais o tempo avança, mais se mostra atemporal.
No Museu Oscar Niemeyer, o impacto dessa obra também se reflete nos bordados, poemas, fotografias, instalações e videoperformances dos artistas contemporâneos convidados a integrar a presente exposição, tecendo um diálogo com a obra de Arthur Bispo do Rosário e com o próprio território do antigo hospital psiquiátrico.
E não podemos deixar de perguntar: como encarar e explicar a obra genial de Arthur Bispo do Rosário, criada num sistema manicomial que via como regra a exclusão do indivíduo, diante de nossa frágil capacidade para entender e respeitar a menor diferença?
A resposta a essa pergunta talvez esteja perdida entre os extremos a que a própria racionalidade humana nos levou no século XX, num ponto entre as grandes revoluções científicas, tecnológicas e médicas e as mais assustadoras brutalidades a que fomos capazes de chegar: a sensibilidade de um olhar que, simplesmente, elevou uma cadeira a alguns centímetros do chão.
Luiz Gustavo Carvalho
curador
o que eu guardo me guardo aqui
me bordo aqui guardo o que bordo
em mim borda o que porto aqui
borda de mim porto de mim porta
daqui diz perto diz guarda diz
brado que brado diz prato que
brado em mim porto o que bordo
quebrado no bordo na borda na
porta o que parto que parto que
raio que os parta em mim guardo
me parto re parto o que guardo
o que bordo o que quebro o que
porto e reporto o que quebra
___
Guilherme Gontijo Flores
O que eu guardo me guardo aqui
2023
o que se empilha aqui é só um mapa
que vai ficar ligeiramente bem
maior que o mundo um mapa-mundi não
um mapa-mundo pra fazer um mundo-
mapi e aqui fazer cruzar aqui
votos destroyers misses mais a miss
universo e mais aquela carrada
de bois e bois mais ruas e cidades
países e pessoas e pedaços
de ruas e cidades e países
e pedaços de coisas nomes coisas
como países e pessoas dias
dias e dias neste mapa um mapa
guarda dias um mapa de pessoas
uma faixa de fichas arquivadas
manto de escombros pelo mato adentro
um mapa-lista mapa-lastro mapa-
colônia-engenho-jacarepaguá
empregos números e tempos mapa
de tempo vivo rastro dessas formas
mapa de cola forte quase mala
de mão universal dúvida e deus
coisas e bois onde aportar depois
ruas misses pedaços e países
com ilhas ilhas e ilhas bois e dias
aqui se empilha e vai caber o mundo
___
Guilherme Gontijo Flores
O que se empilha aqui é só um mapa
2023
A Natureza da Vida, Pavilhão 10, onde viveu Arthur Bispo do Rosário,
Colônia Juliano Moreira, 2016
Sonhei em mergulhar neste lugar. Em 2002, conheci a Colônia Juliano Moreira e visitei os pavilhões que abrigaram Arthur Bispo do Rosário. Senti a necessidade de performar ali e mais de uma década se passou até a oportunidade se realizar. Fui convidada para participar da programação da exposição “Das Virgens em Cardumes e da Cor das Auras”, com o projeto Grassa Crua em Residência Artística no Museu Bispo do Rosário. Entre as atividades do projeto, busquei o momento para realizar o sonho nas celas de Bispo. A performance “A Natureza da Vida” é constituída de ações realizadas em locais diversos. São ações em parques, praças e outros lugares públicos, onde sou fotografada, quase sempre nua, discutindo os padrões impostos às nossas corpas dissidentes e abjetas. Uma corpa que ocupa os espaços se posicionando e colocando-se presente e visível. O que conduz o trabalho é a proposição que faço como ativadora da obra, no agenciamento de olhares e lugares, trazendo a cada ação um sentido, na passagem e sensações de meu corpo naquele momento-lugar. Nas celas no Pavilhão 10, muita energia adensada. Fazer aquelas fotografias, pelas quais tanto esperei, foi forte. Um arrepio no corpo, aquele chão muito sujo e molhado, o pavilhão grande e com espaços de convivências como a passagem da entrada, o pátio de sol, as celas, o refeitório e as celas com suas latrinas no chão. As paredes-peles com algumas inscrições nos davam pistas de tantas dores entranhadas no lugar e as grades nas janelas explicitamente me falavam das violências de um passado muito próximo e do que se anunciava como presságios ruins com os ares daquele momento. Incômodos, muitas emoções, estar ali nua, despojada de qualquer artifício, pele-corpa em contato direto com o lugar, absorvendo tanto sofrimento e também sentindo aquele lugar onde, mesmo com tudo o que acontecia, Bispo produziu sua arte maravilhosa que me diz tanto, assim como me trazia as emoções de outros artistas que passaram por ali como Stella do Patrocínio, Arlindo Oliveira, Patrícia Ruth e outros tantos que eu estava conhecendo de perto. Tudo isto me atravessava a pele e atingia direto no coração. Assim surgiram essas imagens da performance fotografadas pelas artistas que me acompanharam nessa experiência.
Fernanda Magalhães
Exposição virtual
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Características de la exposición
Estímulo de sonido
Lugar ruidoso
Estímulo visual
Luz natural
Estímulo visual
Luz reduzida
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