Através da tela do seu celular você pode ter acesso a um conteúdo educativo sobre obras especialmente selecionadas nas exposições de acervo do MON. O “Acesse para Perceber” é um dispositivo de mediação em arte dirigido para o público espontâneo (visitantes sem agendamento). Os conteúdos disponíveis na plataforma contemplam obras das diferentes coleções de artes visuais, arquitetura e design, em cartaz no MON. Algumas dessas obras possuem também a versão do conteúdo em audiodescrição para pessoas cegas e com baixa-visão. O material é disponibilizado por meio de códigos QR que dão acesso aos textos e aos arquivos em áudio.

Sobre o programa

 Para conhecer, aponte a câmera do seu celular nos QR Codes presentes nas obras selecionadas e exposições de acervo.

Acesse para Perceber

O projeto Acesse para Perceber é um dispositivo de mediação em arte dirigido para o público espontâneo (visitantes sem agendamento). Os conteúdos ofertados pelo projeto contemplam uma seleção de obras das diferentes coleções de artes visuais, arquitetura e design, cinco dessas obras possuem também a versão do conteúdo em audiodescrição para pessoas cegas e com baixa-visão. O material é disponibilizado por meio de códigos QR que dão acesso às fichas e aos arquivos em áudio. A proposta baseia-se na formação para a autonomia e para a emancipação do sujeito na exploração do espaço expositivo e na sua relação com a arte. O projeto desperta também o interesse junto a outros perfis de visitantes espontâneos do museu, como o público adolescente e jovem, já habituado à customização de serviços e à procura de informações complementares para aqueles assuntos que despertam o suas curiosidades.

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As características presentes nestes objetos podem nos oferecer informações sobre a etnia a que pertencem.

Os punu, grupo étnico do Gabão – país da costa do Atlântico da África Central –, produzem as máscaras chamadas Okuyi, que são retratos comemorativos utilizados em ritos fúnebres. Existem as máscaras “brancas” (que são pintadas com argila “pemba”) e as “negras” (que possuem uma cor que depende da pátina da madeira). Essa é uma tradição que já se perdeu no Gabão. 

Olhe com calma para estas máscaras e perceba as características do penteado elaborado para uso em ocasiões especiais, as feições de serenidade, os olhos representados ligeiramente fechados, estimulando a suposição de um aspecto “oriental”. 

As máscaras são feitas a partir de um ideal de beleza feminino representativo desta cultura. Você consegue notar nesta peça quais traços poderiam destacar esse ideal?

Em qual estado de espírito você imagina que estes personagens se encontram? Calmo? Pensativo? Triste?

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Acesse para perceber

Gabão

Máscaras Okuyi - Punu

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Os iorubá – grupo étnico que povoa a região da Nigéria, Benim e Togo – influenciaram culturalmente países das Américas como o Brasil, Cuba, Panamá, Colômbia, Uruguai, entre outros. Entre as muitas heranças da cultura material africana no Brasil, talvez a bandeja de adivinhação seja uma das mais conhecidas, como a exemplo do jogo de búzios. Como você acha que esta bandeja é utilizada?

O rosto no topo da bandeja é o de Exu, enquanto o restante do aro é revestido com símbolos associados a certos “odu” (caminhos temporais do passado, presente e futuro). Uma das qualidades de Exu é ser mediador ou mensageiro entre os humanos e deuses.

Que outros símbolos você consegue identificar? O que você acha que significam estas figuras?

Bandeja de Adivinhação (Opon Ifá) - Iorubá

Nigéria

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O chamado Reino do Benin (não deve ser confundido com o atual país Benim) foi um grande império africano pré-colonial que existiu entre os anos 1440 e 1897, e ocupou um território onde hoje se encontra a Nigéria. O império acabou desaparecendo após o processo de colonização promovido pelos britânicos. 

A figura feminina nessa escultura é imponente. Em sua cabeça há um gorro real em formato cônico. Perceba as marcas de escarificações na testa; elas indicam o seu pertencimento à dinastia real bini. Repare no detalhe do penteado e do pescoço alongado. 

A figura de mãe do rei era reconhecida como um importante cargo da corte do império. Isso motivou a elaboração de bustos de figuras como esta, que é uma cópia recente da figura de rainha-mãe (Iyoba). 

Sabendo de toda essa história, como você imagina esta rainha?

Nigéria - Reino do Benin

Figura de Rainha Mãe (Iyoba)

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Os dogon são um grupo étnico que vive na região do planalto central do Mali, na África Ocidental. 

As figuras de pares, como gêmeos ou de casais, mostram a noção de complementaridade. Esta figura representa um abraço entre os descendentes e os ancestrais primordiais, o casal que deu origem a todos os dogon. Repare nas duas figuras desta obra. O que há de semelhanças e diferenças entre elas? 

As figuras do casal que seriam uma espécie de “Adão e Eva” dos dogon são depositados em altares nos quais são ocasionalmente tocadas. São oferecidos para elas libações (o ato de derramar ou borrifar um líquido) e sacrifícios. Em nossa cultura, utilizamos imagens para representar algum antepassado? 

Mali

Casal Primordial - Dogon

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Os dogon vivem no sudeste do Mali, quase na fronteira com Burkina Faso. As portas de celeiro esculpidas em madeira, portas de entrada ou que limitam galinheiros (protegidos de predadores) ou cômodos e santuários são uma das mais tradicionais formas de arte dogon. O celeiro ocupa uma posição importante na cosmologia e mitologia do povo dogon e entre eles o papel prático das portas e das fechaduras é a proteção da colheita, o bem mais precioso da família. 

Olhe com atenção para o entalhe desta porta. Que figuras você consegue identificar?

O trabalho de entalhadores africanos e seus descendentes no período do Brasil Colônia foi essencial para a criação artística do país. Os escultores – escravizados – trabalhavam por meses até que uma obra ficasse pronta. As grandes portas de casarões e igrejas entalhadas por eles se tornaram marcas de poder econômico. 

Antônio Francisco Lisboa (cuja mãe, Isabel, era escravizada), mais conhecido como Aleijadinho (1738-1814), foi o maior entre nossos mestres entalhadores brasileiros. Você já prestou atenção nas portas entalhadas em madeira que encontramos em algumas construções no Brasil? Que lugares são esses?

Porta De Celeiro - Dogon

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Os povos mende vivem ao sul e sudeste de Serra Leoa e noroeste da Libéria. Sua população atual é de cerca de dois milhões de pessoas.

Em muitos povos é comum que o uso de máscaras seja feito por dançarinos masculinos para uma audiência feminina. Entretanto, essa peça do povo mende é uma das raras máscaras no continente africano confeccionadas e dançadas por mulheres e para um público de mulheres.

Imagine um corpo para esta máscara. Como seriam as suas características físicas?

A execução da dança das máscaras mende fica a cabo das sacerdotisas. Pense em como ela pode ser colocada no corpo e no peso que ela possa ter. Como seriam os movimentos executados por este corpo que você imaginou ao utilizar esta máscara?

Serra Leoa

Máscara Sowei - Mende

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O balafon é um instrumento africano que se difundiu pelo mundo afora. O termo balafon pode ser a junção dos termos “bala” (madeira) e “fo” (falar). Em outras regiões também é conhecido como “sosso-bala”, instrumento reconhecido pela UNESCO como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade em 2008.

Precursor do conhecido xilofone, o balafon consiste em vários pedaços de madeira colocados lado a lado, que diminuem progressivamente em seu comprimento. Cabaças (tipo de fruto de casca dura, também utilizado para fazer cuias) são colocadas na parte inferior a fim de ressoar o som emitido. O instrumento é tocado com duas baquetas. Você consegue imaginar como são os sons que esse instrumento emite? 

Esta peça pertence ao complexo cultural mandinga, que vive em um vasto território da África Ocidental que hoje engloba um grande número de países, como o Mali, Guiné, Costa do Marfim, Burkina Faso, Gâmbia, Senegal, Serra Leoa, entre outros. 

Você conhece algum estilo de música na nossa cultura em que esse tipo de instrumento é utilizado?

Marimba – Xilofone (Balafon) - Mandinga

África Ocidental

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O povo bamana vive no sudoeste do atual Mali. No passado ficaram amplamente conhecidos por resistirem ao islamismo. Eram conhecidos como “bambara” ou “bambira”, um termo pejorativo que significa “infiéis” em árabe. 

Perceba os materiais utilizados nesta peça, a estrutura e o tamanho das máscaras. Como você imagina que elas possam ser usadas?

As máscaras tchiwara (ou Tyi-wara) aparecem geralmente em pares, representando “antílopes” chamados “tchi wara kun” ou “segoni kun” e saem a público no momento do plantio, colheita ou quando a evocação das forças ancestrais é exigida. Desse modo, o antílope estaria “ensinando” os seres humanos a fazer a cultura dos alimentos. São utilizadas em um espetáculo de dança que celebra o sucesso na agricultura. Que movimentos você imagina que os dançarinos fazem?

Máscara Tchiwara - Bamana

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As máscaras “Guelede”, da cultura iorubá – grupo étnico do sudeste da Nigéria e do sudeste do Benim e do Togo – têm entre as suas características a figuração geométrica dos olhos, da boca e do nariz. Note como o entalhe foi feito nesses lugares. 

Ao observar atentamente este objeto, você percebe três marcas paralelas em cada uma das bochechas. Às vezes, essas marcas estão presentes também na testa. Denominadas escarificações, representam as marcas que eram feitas ritualmente na pele dos jovens iniciados e caracterizam a identidade do povo iorubano. 

Você já ouviu falar nos iorubá? Esta máscara pertence a esse povo, que deixou grandes heranças culturais aqui no Brasil, como na culinária e no vocabulário. Você conhece alguma dessas influências? 

No Brasil, entre os indígenas, há os que utilizam máscaras em rituais e festividades. Você conhece alguma etnia que faça uso delas? Além dos indígenas, você conhece algum ritual ou festividade que faça uso de máscaras aqui no Brasil?

Máscara Guelede - Iorubá

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Segundo a mitologia senufo – grupo étnico que ocupa um território que compreende a Costa do Marfim, o Mali e Burkina Faso –, o mundo começou como um enorme espaço escuro, cheio de argila e explorado por seres estranhos. Havia ali um grande pássaro, o Calau, que mais tarde se tornou o símbolo da fertilidade e foi dedicado a Katieleo, grande deusa senufo. O pássaro alimentou os seres que dali se proliferaram para fora do espaço escuro e povoaram o universo. 

Você se lembra de algum outro animal que simboliza algo importante na nossa ou em outras culturas?

A figura de pássaro Calau mais conhecida é a Sejen, que por convenção não se aproxima tanto de uma figuração naturalista, mas sim prevalece uma forma bastante estilizada, tanto por sua altura quanto pela postura, e também pela forma das asas, cabeça e bico do pássaro. Repare nos materiais que fazem parte desta obra. Como você acredita que o escultor a fez?

África

Expressões artísticas de um continente

Máscaras Okuyi - Punu

Bandeja de Adivinhação (Opon Ifá) - Iorubá

Figura de Rainha Mãe (Iyoba)

Casal Primordial - Dogon

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